domingo, 8 de março de 2009

I don't like you.

"Misantropia é a aversão ao ser humano e à natureza humana no geral. Também engloba uma posição de desconfiança e tendência para antipatizar com outras pessoas. Um misantropo é alguém que odeia a humanidade de uma forma generalizada."
Fonte: Wikipédia

Nunca fui muito chegado em conversas e nem tive muitos amigos e conviver com outras pessoas nunca foi o meu forte. Isso sempre foi o principal ponto de atrito com a minha família, que vivia reclamando da minha frieza com meus tios e demais parentes, tanto que um deles veio perguntar para minha mãe se eu não era autista.

Como já disse, não sou bom em conviver com outras pessoas, principalmente desconhecidos. Dizem que a primeira impressão é a que fica. Para mim, é a definitiva. Se à primeira vista eu não me simpatizar com alguém, dificilmente mudarei de idéia. O problema é que eu dificilmente encontro alguém que me desperte simpatia. Para se ter noção, na faculdade foram apenas duas pessoas e são as únicas com quem realmente convivo.

Apesar de eu nunca ter sido um exemplo de pessoa comunicativa, foi em Curitiba que a coisa desembestou. Semprem e perguntavam se eu não me sentia muito sozinho aqui, ou se a frieza do povo daqui me incomodava, e eu sempre respondia com um não. E não era mentira, afinal nada melhor para um misantropo do que morar em uma cidade em que ninguém liga a não ser para si próprio. Honrei tanto isso que no durante o cursinho não falei com ninguém durante um ano.

Ultimamente a misantropia está em um nível um tanto quanto elevado e tenho me irritado com deveras facilidade com as pessoas a ponto de, às vezes, preferir o isolamento. Dificilmente mantenho o bom-humor em um ambiente com mais de cinco pessoas, como na festa do primo da minha namorada, quando estava quase batendo numa criança de 6 anos que não tinha uma das pernas.

Quando vou pegar o elevador e vejo que alguém vai junto, prefiro diminuir o passo para não correr o risco de dividir o espaço com alguém por 20 segundos em um silêncio constrangedor, onde você vai ficar olhando pro nada e torcendo para que aquela porra pare logo. E ainda corro o risco de vir com alguém que invente de conversar, como o meu novo vizinho. E era por isso que, quando eu via que minha ex-vizinha estava saindo do apartamento para também ir à PUC, eu me enrolava dentro de casa até ela descer. Sem contar o tapete de "Welcome" voltado para dentro, como se o mundo estivesse me dando as boas vindas.

Como todo transtorno psicológico - afinal é isso que a misantropia é -, não é uma coisa legal, mas admito que no fundo eu gosto. Tem lá suas desvantagens, como a dificuldade para conversar, mas, no geral, acaba sendo bom, afinal não gosto de ninguém e com isso não me importo com eles. E em uma sociedade em que impera o individualismo e o egoísmo, a misantropia é a doença do futuro.

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